J. Hilgert
Sommelière, mestre em filosofia e colunista da Casa Tertúlia
2021-01-28 18:39:15
Tags: história da moscato de alexandria,história da uva,história da uva moscato,moscato,moscato de alexandria,moscato-2019,muscat,uva aromática,uvas aromáticas,vinhas antigas,vinho aromático,
Moscato de Alexandria, uma casta ancestral e aromática
Originária do Egito às margens do Rio Nilo, esta casta da cidade de Alexandria é considerada uma “vinha antiga”, cuja carga genética acredita-se haver permanecido sem alterações. Tipicamente mediterrânea, hoje é cultivada em inúmeros países, sendo uma das primeiras das mais de cento e cinquenta variedades da família Muscat a viajar pelo mundo. Costuma trazer notas florais, como a flor de laranjeira, frutadas remetendo a damasco, pera, maçã e cítricos, como também mel e erva-doce. Junto de seus aromas marcantes, é lembrada por ser uma varietal muito característica.
Moscato de Málaga, da Espanha ou simplesmente Moscato branca de grãos grandes, há quase trezentos sinônimos para nomeá-la no Centro Internacional de Variedades Vitíferas (VIVC). Essa pluralidade marca sua presença em muitas partes do mundo, sendo utilizada para a elaboração de vinhos fortificados de Jerez, vinhos doces em países como Portugal, Itália, Espanha e Austrália, e servindo de base para espumantes moscateis brasileiros.
Nos séculos XVII e XVIII também se consumia os doces vinhos de Málaga produzidos com essa uva, tornando-se um negócio próspero que conquistou até mesmo o paladar das donzelas inglesas na corte vitoriana do século XIX. O comércio desses vinhos que eram exportados intensamente durou até a dizimação da filoxera, recuperando-se então a produção por outras lugares, como o Chile, o Brasil, os Estados Unidos e a Argentina.
A característica mais marcante dos vinhos resultantes da Moscato é sua intensidade aromática. Nenhuma casta possui um aromas tão inconfundível quanto o de seus vinhos, que trazem o perfume da uva madura, frutas como o damasco e a pêra com notas almiscaradas e suavemente florais. Compartilhando dessas características, a Moscato de Alexandria compõe vinhos brancos muito variados e versáteis, secos, doces e espumantes, com elegância e potência de aromas e sabores bem distinguidos.
Fontes:
https://www.vivc.de/index.php?r=passport/view&id=8241
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-diversidade-da-moscatel_2817.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Muscat_of_Alexandria
https://fr.wikipedia.org/wiki/Muscat_d%27Alexandrie
https://en.wikipedia.org/wiki/Muscat_of_Alexandria
https://www.portalbonvivant.com.br/post/moscato-de-alexandria-conhe%C3%A7a-um-vinho-brasileiro-elaborado-com-essa-uva
https://www.mistral.com.br/tipo-de-uva/moscatel-de-alexandria
http://www.vivtravel.com/cleopatras-wine/
J. Hilgert
Sommelière, mestre em filosofia e colunista da Casa Tertúlia
2021-01-24 17:38:03
Tags: Alto Uruguai e Novos Terroirs do Brasil,borras,casa tertúlia,élevage sur lie,enologia,maturação sobre borras,método francês,moscato,moscato de alexandria,moscato-2019,muscadet,muscadet de la loire,sur lie,vinho,vinho branco,vinhos aromáticos,vinhos brancos brasileiros,vinhos brancos intensos,vinícola,
Maturação sur lie em vinhos brancos: como essa técnica funciona?
Seja utilizada na elaboração de espumantes, seja na estruturação de vinhos brancos, a maturação sur lie, desde que aplicada a bebidas de alta qualidade, traz resultados excelentes oriundos de componentes das próprias leveduras que fizeram sua fermentação.
Todo o processo se inicia quando, após a transformação do açúcar em álcool (fermentação alcoólica), as leveduras entram na fase de autólise, que é uma autodegradação natural das moléculas, operada pelas enzimas ali presentes. Após algumas semanas, uma porção sólida se deposita no fundo dos recipientes: é a “borra”, sobre a qual faremos maturar o vinho sur lie, ou que será separada nas elaborações convencionais.
Essas borras nada mais são do que leveduras mortas sedimentadas, com compostos nitrogenados, aminoácidos, proteínas, lipídios e, mais importante, complexos aromáticos que podem ser restituídos ao vinho. Além da fermentação alcoólica, mais borras podem surgir caso se inicie a segunda fermentação, a fermentação malolática.
O procedimento comum é separar o vinho das borras, que se mantêm ao fundo enquanto o líquido é conduzido a outro reservatório. Porém, a enóloga pode optar por manter o vinho em contato com parte dessa borra, o que traz mais complexidade aromática e deixa o vinho mais redondo e macio. Nos vinhos brancos o contato com as borras também é responsável por aumentar o corpo, conceder mais cremosidade, interferir na expressão dos taninos e elevar sua intensidade de aromas e sabores, além de deixá-los mais estáveis, durarouros, profundos e estruturados. Se o vinho for de boa qualidade, com uvas extremamente sadias e de boa maturação, tendo passado por uma fermentação bem conduzida, a borra trará propriedades igualmente favoráveis. Mas também pode ocorrer o oposto. Por isso a seleção dos vinhos cuja elaboração será conduzida dessa maneira precisa ser rigorosa, cabendo à enóloga julgar a quantidade, o tempo e se um vinho deve ou não ficar em contato com as borras.
Por esse motivo o método é também melhor aplicado a vinhos que se destacam em algumas qualidades, como é o caso do Moscato de Alexandria da Casa Tertúlia, extremamente aromático e com corpo e complexidade suficiente para receber a intervenção das borras. Inspirado na elaboração dos vinhos sur lie franceses, o Moscato da safra de 2019 da Casa Tertúlia passou por um método sur lie com borras refinadas, o que pode ser constatado observando a própria garrafa.
Certamente as características marcantes desse vinho de lote limitado se devem, em partes, à varietal que é altamente aromática, com características muito favoráveis na hora da elaboração do vinho, e, em partes, às propriedades que foram enobrecidas através da maturação sur lie, além da meticulosa atuação da enóloga optando por esse método. Vale a pena conhecer os sabores de mel, erva-doce e as notas cítricas desse que certamente é um Moscato único e cheio de personalidade.
Fontes:
https://adegaperlage.com.br/2019/10/30/sur-lie-e-batonnage-no-vinho/
http://www.tintosetantos.com/index.php/envelhecendo/422-sur-lies-o-que-e-isso
https://www.labivin.net/article-que-signifie-la-mention-sur-lie-muscadet-50516514.html
https://dico-du-vin.com/elevage-sur-lies-l/
https://wisp-campus.com/l-elevage-sur-lies/?lang=en
https://www.enocultura.com.br/muscadet/
https://www.wine.com.br/winepedia/sommelier-wine/sur-lie-e-batonnage/
Agradeço também à enóloga da vinícola Casa Tertúlia, Viviane M. Massi Hilgert, pelas informações prestadas.
J. Hilgert
Sommelière, mestre em filosofia e colunista da Casa Tertúlia
2021-01-12 17:26:25
Tags: brut,espumante,espumante brasileiro,harmonização,massa,moscato,moscato de alexandria,receita,vinho,vinho branco,
Caccio, Peppe i Limone com Brut ou Moscato
Dizem os enófilos que um bom vinho e um bom prato fazem o melhor dos casamentos. Depois de provar essa harmonização, é difícil discordar. Os sabores de ervas frescas da massa, o toque do limão e da pimenta, o parmesão derretendo… Agora imagine com uma taça refrescante de vinho branco Moscato da Casa Tertúlia, que já é profundamente intenso e aromático, ou então o nosso Alliance Brut, com seu frescor e frutas cítricas. Em uma noite de verão, com boa música do seu agrado e uma boa companhia, sugerimos fortemente que você prove essa receita (ou em outro momento qualquer).
Este prato pede poucos ingredientes:
- Alho
- Manteiga
- Azeite de oliva
- Ramos de alecrim fresco
- Manjericão fresco
- Limão
- Pimenta
- Parmesão
- Massa (sugestão: spaghetti ou fetuccine)
- Sal
Na água fervente, adicione a massa pelo tempo indicado no pacote. Refogue o alecrim com o alho picado em manteiga e azeite de oliva numa frigideira grande. Adicione a pimenta moída na hora e sal, mas cuide para não exagerar. Desligue, esprema o suco de um limão e misture. Rale o parmesão e pique em tiras finas o manjericão fresco. Antes de adicionar o queijo, retire o alecrim e coloque junto com a panela de massa, ou descarte. Quando a massa ficar al dente, tire-a da água e passe à frigideira. Ligue em fogo baixo, adicione o parmesão e mova delicadamente. Pode-se adicionar um pouco da água do cozimento para aumentar a cremosidade. Adicione o manjericão fresco, mais azeite de oliva e limão se preferir. E queijo, que nunca é demais, né?
Casa Tertúlia
2020-10-29 07:17:37
Tags: autenticidade,autênticos,cabernet-sauvignon-2018,canernet sauvignon,Carvalho,merlot,moscato,moscato de alexandria,moscato-2019,personalidade,pureza,terroir,tipicidade,vinho-fino-seco-merlot-2018,vinhos,vinhos autênticos,vinhos com personalidade,vinhos puristas,vinhos únicos,
Vinhos Autênticos
A tipicidade e o terroir são atributos venerados entre apreciadores de vinhos, principalmente os que procuram explorar suas diferentes características e peculiaridades. Em busca dessas propriedades marcantes e genuínas é que selecionamos a forma de desenvolver nossos vinhos, utilizando técnicas que possam trazer o terroir mais natural de cada variedade de uva.
Uvas sadias, com maturação completa, rigoroso sistema de higienização, fermentação de uva com temperatura controlada, manejo correto e acondicionamento adequado dos vinhos, são fatores essenciais para a transformação da uva em um vinho que revela toda sua origem e sua história, sem interferências externas. Em especial, esses vinhos não trazem elementos agregados da madeira, expressam o sabor oriundo da uva, sem intervenções. Tais vinhos são chamados de autênticos, e tem despertado cada vez mais o interesse dos amantes de vinhos de alta qualidade.
É por isso que a vinícola Casa Tertúlia privilegia uma linha de vinhos autênticos, no qual foi deliberadamente optado por não passar em barricas de carvalho aqueles vinhos que se destacam através de suas características próprias, evidenciando, sem ruídos, as castas que são elaborados.
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